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13 nov

Virna Dias conta como construiu seus diferenciais a partir do que eram pontos fracos

Considerada um dos principais nomes do vôlei brasileiro, atleta foi eleita a melhor do mundo por três anos

A convite do Núcleo Campinas do Grupo Mulheres do Brasil, a ex-jogadora de vôlei, Virna Dias, esteve presente no auditório da Escola São José para apresentar a palestra “A liderança que constrói talentos”. Considerada um dos principais nomes do voleibol brasileiro, já tendo ganhado medalhas olímpicas, grand prix e jogos americanos, a atleta aproveitou o momento para contar um pouco de sua trajetória profissional, seus desafios, frustrações e superações, buscando trazer o conceito de liderança para as participantes do evento.

“A minha história no vôlei começou na escola, no interior de Natal (RN). Fui selecionada para participar da seleção de vôlei do Estado e, aos 14 anos, eu fui para São Paulo disputar um campeonato. Fomos as últimas colocadas, mas aquela oportunidade fez com que eu me destacasse pela altura”, contou Virna. Convencida de que o vôlei era o que ela queria para a vida, a atleta se mudou para o Rio de Janeiro em busca deste sonho aos 15 anos de idade. “Foram meses de adaptação e dificuldades, mas consegui ser convocada para a seleção infanto-juvenil”, lembrou.

Foi então que Virna percebeu que não era talentosa e precisava fazer algo para mudar este cenário. Ela conta que, a partir daí, três tipos de líderes entraram em sua trajetória e a ajudaram a moldar a atleta que viria a se tornar uma das principais da história do vôlei brasileiro. “O primeiro deles me incentivou a acreditar e a investir nos meus pontos fortes que, no caso, era a parte física. Eu treinava todos os dias para ser a melhor nos testes físicos e consegui”, contou. O segundo, a desmotivou, mas a ensinou a enxergar seus pontos fracos.

O terceiro, por sua vez, foi Bernardinho – técnico mundialmente reconhecido por ser um dos maiores campões da história do vôlei. “A liderança dele fez toda a diferença. O Bernardinho era o tipo de técnico que chamava cada atleta individualmente e dizia o que esperava delas. Quando eu relatei as minhas dificuldades, ele disse que na cabeça dele não existia medo, mas sim trabalho a ser feito”, disse Virna. Já na seleção adulta, ela treinava 6h por dia. Quando o treino da equipe acabava, Bernardinho a colocava para treinar recepção. O resultado? Seis meses depois, Virna receberia o prêmio de melhor receptora do mundo.

Entre viagens, mudanças de país e curtos períodos de tempo com a família, Virna participou de três Olimpíadas e fez história ao fazer parte da primeira equipe a ganhar uma medalha olímpica no esporte coletivo feminino do Brasil. “Precisei abrir mão de muitas coisas, como, por exemplo, ficar perto do meu primeiro filho, que tive aos 18 anos. Mas passaria por tudo de novo, pois tudo trouxe um aprendizado para a minha vida”, disse.

Hoje, a ex-jogadora mora em Campinas (SP), com o marido e três filhos. Fora das quadras, ela ainda dá um jeito de se manter dentro do esporte. Além de agenciar atletas e fazer palestras motivacionais pelo País, ela mantém há seis anos o Instituto Virna Vôlei. O projeto visa promover uma vida melhor para crianças de comunidades de Copacabana, no Rio de Janeiro, por meio da prática esportiva e incentivo aos estudos.

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Leticia Milaré