Em meio a movimentada região do Guanabara, em Campinas, quem passa pela Rua Dona Joana de Gusmão não consegue deixar de reparar em um prédio que destoa do cenário da cidade grande. Um prédio com um jardim na entrada e detalhes em madeira é o local que Elise Schemberg e mais dois sócios escolheram para abrigar o Empório da Fazenda há cerca de dois anos e meio.
O negócio nada mais é do que um lugar aconchegante para tomar um café no fim de tarde, comer um queijo ou experimentar um vinho – e já virou, inclusive, assunto no programa Pequenas Empresas e Grandes Negócios, da Rede Globo.
Orgulhosa do negócio, Elise conversou com o Encontro Elas sobre o início do Empório e suas motivações para criá-lo.
Elise, conte-nos sobre suas experiências profissionais anteriores ao Empório.
Trabalhei boa parte de minha vida com vendas B2C (Business to Client). Depois iniciei um projeto em um jornal, que consistia em criar e vender projetos especiais (cadernos internos do jornal), voltado principalmente para B2B (Business to Business). Dessa experiência, parti para comunicação interna e me tornei coordenadora de comunicação na APP Campinas (Associação dos Profissionais de Propaganda). Ao final dessa experiência, o empório.
Nesse caminho, como chegou a ideia de abrir o próprio negócio?
Sempre pensei em abrir algo pequeno e, por algum motivo ainda alheio ao meu conhecimento, pensava em trabalhar com alimentação, porém, algo pequeno e “exclusivo” – como um bistrô, que inclusive, era a palavra que me vinha.
Como nasci em sítio e meus pais ainda moram nele, em uma visita, surgiu a ideia de trazer ao consumidor da cidade grande os produtos artesanais fabricados por pequenos produtores. Dessa forma poderíamos valorizar o produtor, facilitar o acesso a alimentos diferenciados e ter um negócio inovador em Campinas.
Quais os princípios que adotou para decidir o tipo de estabelecimento que teria?
Adotamos os princípios do Confort Food, que se trata da comida lá de casa, da mãe, da avó e da tia. Aquela que remete à infância e às coisas mais simples e deliciosas da vida. Também pensamos muito no Slow Food, cujo objetivo é promover a maior apreciação da comida, melhorar a qualidade das refeições e valorizar o produtor e o meio ambiente.
E quais foram os principais desafios? Como fez para superá-los?
O maior deles sempre é verba para viabilizar o negócio. Principalmente porque o abrimos em 2015, ano em que a crise se instalava com muita força em nosso país. Depois de decidir abrir o próprio negócio, foi necessário desligar a TV e me conscientizar de que se quisesse algum resultado positivo, este, teria que sair de meu suor (nosso, pois tenho sócios).
Arregaçamos as mangas, fizemos uma análise de como poderíamos gastar o mínimo possível e do que era possível ser feito por nós. Hoje, somos três sócios e mais dois funcionários.
E em pouco mais de dois anos, vocês já perceberam algum retorno?
Já sim. O primeiro investimento que fizemos já deu retorno, que inclusive foi utilizado para reformar o espaço que temos hoje e deixá-lo com a aparência de fazenda.
Por fim, qual seu recado àqueles que pretendem montar o próprio negócio?
Que acreditem no que querem, pesquisem a viabilidade do negócio no local que será montado, não esperem que outros façam por você, abaixe a cabeça e se dedique de corpo e alma. Quando pensar em desistir, tente mais um pouco. Essa é a diferença de quem alcança o sucesso e de quem não alcança.
O mais importante é não se iludir com o famoso “não ter chefe”. A verdade é que você é o pior chefe que terá. Desejo sucesso e brilho para todas as guerreiras desse mundão de “meu Deus”!
Nome: Elise Schemberg
Direto: (19) 3203-5828
E-mail: contato@emporiofazenda.com.br
Site: www.emporiofazenda.com.br
Redação: Débora Lopes
