Fundada pela empreendedora Tatiana Garcia, Hapôri Brasil tem disseminado um novo estilo de viajar, o “volunturismo”
Empreender nunca foi o plano inicial da campineira Tatiana Garcia. Mesmo fazendo faculdade de Administração de Empresas, o sonho dela era ser uma grande executiva e não fundar o seu próprio negócio – mas as coisas seguiram um caminho bem diferente do esperado. A trajetória empreendedora de Tatiana começou juntamente com uma transformação pessoal. “Aos 27 anos, eu fui sozinha dar a volta ao mundo com o objetivo de me autoconhecer e fazer trabalho voluntário em alguns países. Essa jornada durou 2 anos, 25 países e mais de 11 ONGs”, conta.
Quando retornou ao Brasil, a jovem foi movida por uma vontade enorme de ajudar as pessoas a enxergarem o mundo de forma diferente e, consequentemente, transformar a realidade a sua volta. Foi assim que nasceu a Hapôri (que significa “comunidade” em Maori), agência de turismo que tem como propósito transformar a forma dos brasileiros de conhecerem outros lugares por meio de viagens com significado.
“Percebi que ter conhecido países como Laos, China, Nepal, Tanzânia e outros cantos remotos me deram uma visão diversificada da vida, das coisas e das pessoas. Mas, não basta simplesmente sair pelo mundo e conhecer lugares diferentes, que automaticamente somos transformados. O jeito de viajar também tem tudo a ver com essa transformação”, explica Tatiana. Por isso, a Hapôri possibilita que seus clientes conheçam o mundo por meio do trabalho voluntário, vivendo como nativos e conhecendo novas culturas de forma muito mais profunda.
Hoje, a Hapôri atua de forma 100% digital. Segundo Tatiana, essa escolha se deu por três motivos principais. “O primeiro é para atender o Brasil todo de uma forma mais ampla e sem barreiras físicas; o segundo é para diminuir os custos fixos e com isso oferecer os melhores preços e condições de pagamento; e o terceiro é porque acreditamos que esse modelo de negócio é inovador e o futuro das agências de viagens”, explica.
A mulher à frente dos negócios
Dona de uma agência promissora, Tatiana Garcia chama a atenção para um ponto relevante: a importância do elemento feminino nas empresas e na cultura empreendedora. “Há muitas crenças e hábitos negativos por trás desse nome bonito – empreender –, que veio junto com a cultura “masculinizada” de se fazer negócios. Precisamos de mais empatia, mais acolhimento, mais união, mais atenção, mais colaboração, mais fator humano e mais paciência nas empresas”, diz.
Para alcançar esse equilíbrio, segundo ela, é necessária mais participação das mulheres. Por isso, Tatiana dá a dica: “Se você quer fazer diferente e empreender para um futuro melhor, seja você, coloque o seu toque feminino e o seu jeitinho de ser. Não se espelhe muito no empreendedorismo de hoje em dia, que foi criado e intitulado por anos. Faça diferente e pense fora da caixa, se quiser inovar de verdade. O mundo e o Brasil esperam ansiosos por essa mudança”, finaliza.