De acordo com estudos, o país precisa melhorar quanto à participação feminina na economia
O Banco Mundial divulgou o estudo “Mulheres, Empresas e o Direito 2019”, no qual apontou que, em termos globais, o Brasil está em boa posição em quesitos como: liberdade para mulher se deslocar, iniciar um trabalho durante o casamento, pois, mesmo casada, ela tem autonomia para continuar trabalhando e pode conduzir seus próprios ativos sem a supervisão do marido. Porém, quando se fala em remuneração, a discrepância salarial entre homens e mulheres é grande, assim como na maternidade, em que não há licença parental estabelecida por lei.
O empreendedorismo feminino também foi destaque na pesquisa. Segundo o Banco Mundial, a questão é fundamental para que o país melhore na pontuação. Também ressaltou que se faz necessário uma cláusula de não discriminação com base no gênero em relação ao acesso ao crédito.
A pesquisa “Empreendedorismo Feminino no Brasil”, realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) mostrou que mesmo com as diversas conquistas alcançadas, os desafios do empreendedorismo feminino no país são muitos.
Os estudos citados foram apresentados durante o seminário “Mulheres, Empresas e o Direito 19”, promovido pelo Banco Mundial, Sebrae e Fundação Getúlio Vargas (FGV), no início de agosto. O seminário foi realizado na Escola Superior de Empreendedorismo do Sebrae, em São Paulo.
Durante o evento, participaram a coordenadora do Núcleo de Direito, Gênero e Identidade da FGV Direito SP, Lígia Sica, a coordenadora nacional de projetos de empreendedorismo feminino do Sebrae, Renata Malheiros, além de Junia Nogueira, da Rede Mulher Empreendedora, e Paula Tavares, do Banco Mundial.
Na ocasião, Paula Tavares salientou a trajetória e os desafios do mercado de trabalho, bem como a legislação, remunerações e restrições que o casamento impõe às mulheres.
Renata Malheiros enfatizou o papel do Sebrae como um órgão de fomento ao empreendedorismo feminino e ressaltou a presença das mulheres, que representam 50%, na liderança de novos negócios no país, além das questões culturais que são um dos principais entraves para o público feminino.
Renata Malheiros observou que os principais setores liderados por mulheres no Brasil são alimentos, bebidas, vestuário e beleza. Ela afirmou que é preciso aumentar a presença de mulheres na liderança de setores inovadores como robótica, biotecnologia, tecnologia da informação, entre outros, uma vez que as mulheres têm capacidade para atuar nesses setores. Renata também destacou a importância da criação de políticas empresariais que integrem questões voltadas à maternidade, além da participação dos homens no debate desta questão.