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22 ago

Criado e liderado por mulheres: conheça o Compliance de Gênero

O projeto busca combater a desigualdade de gênero no ambiente de trabalho 

De acordo com informações divulgadas pelo Fórum Econômico Mundial, em 2018 o Brasil caiu cinco posições no ranking de igualdade de gênero, ocupando o 95º lugar entre os 149 países listados. Dentre as causas que levaram o país a esse lamentável indicador, estão: a participação das mulheres no mercado de trabalho e as oportunidades de renda. 

Além disso, quando consideradas as oportunidades dadas a uma pessoa para trabalhar ou se desenvolver, o país foi superado por Venezuela, Cuba, Honduras, Indonésia, Vietnã, Quênia, entre outros, pois no Brasil uma mulher consegue atingir apenas 68% de seu potencial. 

Esses foram alguns dos motivos que impulsionaram as advogadas e sócias, Mônica Sapucaia e Patrícia Brasil, e a consultora, Paula Salgado, a criarem o projeto Compliance de Gênero. A consultoria empresarial surgiu no final de 2018 e tem como principal objetivo diminuir a desigualdade de gênero nas empresas, a partir da definição de regras para promover a igualdade entre os profissionais de uma empresa.

Ao EncontroElas, Patrícia Brasil explicou que o tema tem sido pauta em diversas empresas ao perceberem que a igualdade e oportunidade entre homens e mulheres não se trata apenas de justiça, mas sim de inteligência e visão de futuro. “Observamos que essa política vem crescendo na escala global, gerando mais um ativo aos negócios. A igualdade de gênero está inserida em legislações diversas, exigindo o comprometimento global de grandes e pequenos empresários”, destaca Patrícia.

As frentes de atuação da consultoria são: as pequenas e médias empresas que entendem a necessidade de construir meios de ascensão e permanência das mulheres nos espaços de poder/decisão; e o desenvolvimento de políticas institucionais que garantam o acolhimento da profissional em seu local de trabalho.

Para que possamos ser um player no capitalismo do século XXI, precisamos sair da lógica extrativista do século XIX. É necessário entender que a pluralidade é o único caminho possível para a democracia e para o capitalismo sustentável”, afirma Patrícia. Ela destaca ainda que o Brasil ocupa as últimas posições nos rankings de igualdade de gênero no mundo: “somos o quinto país que mais mata mulheres no mundo, em que a desigualdade salarial persiste e onde a representação política da mulher é pouco expressiva: 10% do total de parlamentares são mulheres”.

Sobre oportunidades e dificuldades do compliance de gênero, Patrícia revela que o grande desafio é convencer o gestor de que não se trata de uma política que busca o “trabalho fácil” ou com menos “cobranças e pressões”. Trata-se de uma oportunidade de oferecer às mulheres um ambiente de trabalho igualitário, sem discriminação, onde sejam reconhecidas as competências e habilidades delas, além de uma oportunidade de melhorar o negócio e ampliar os horizontes. “A área é muito nova, cheia de oportunidades, ainda estamos desenhando os caminhos e quem quiser pensar no assunto terá um terreno fértil para desenvolver soluções jurídicas, institucionais e administrativas inovadoras.”

Para construir ambientes mais igualitários e inclusivos, Patrícia dá algumas dicas:

1 – Coloque as mulheres em espaços de decisão econômica. Elas precisam decidir como o dinheiro será gasto;

2 – Não veja a maternidade como uma função exclusiva da mulher. Saiba que a parentalidade é a tendência. Com a redução da taxa de natalidade, precisamos que homens e mulheres cuidem dos filhos e filhas;

3 – Escutem as mulheres! “Antes de decidir qualquer política para fomentar a igualdade (essa ideia de homens pensando sozinhos políticas para as mulheres não tem dado muito certo, como já percebemos) e que haja sensibilização dessas mulheres. Na prática, isso significa interação entre as mulheres de todas as frentes da empresa para que todas as realidades sejam contempladas com estas políticas”, enfatiza Patrícia. 

Recentemente, Patrícia e Mônica Sapucaia receberam o deferimento do registro de seu escritório de advocacia “Sapucaia & Brasil” perante a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). “A boa notícia que já traduz todo o esforço e valor desta consultoria, é que conseguimos obter este registro como Sociedade de Advogadas o que até o ano passado não era permitido pela Ordem dos Advogados do Brasil”, comemora Patrícia.

Para mais informações acesse: http://sapucaiabrasil.com.br/, ou entre em contato através do contato@sapucaiabrasil.com.br.

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adriana roma