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1 set

Do assentamento ao empreendedorismo de sucesso

Maria Ileide Teixeira – ou apenas Dona Ileide, como é conhecida – já fez de tudo um pouco nessa vida. Sua história é repleta de desafios: ela, que sempre gostou de ajudar o próximo, resgatou das ruas 14 crianças e adolescentes e os criou- atitude que lhe rendeu o divórcio do primeiro casamento.

Já na segunda união, foi morar em um terreno invadido em Mogi Mirim, no interior de São Paulo, com mais 250 famílias. Lá, em 1997, fundou a AMA (Associação de Mulheres Ecológicas) com o auxílio de mais quatro mulheres e passou a se dedicar à agricultura orgânica.

Há cerca de 20 anos, Ileide e as colegas do assentamento perceberam um mercado que, até hoje, possui um potencial enorme de crescimento – só em 2016, o setor de produtos orgânicos cresceu 20%, segundo o Conselho Nacional de Produção Orgânica e Sustentável (Organis).

O Encontro Elas conversou com Ileide a fim de entender a trajetória desse grupo empreendedor e os planos para as vendas dos produtos  produzidos por elas.

 

Ileide, o que motivou a criação do AMA? Por que começaram a plantar?

Para viver no assentamento cada um precisava ajudar em alguma coisa. Os homens, por exemplo, auxiliavam no corte de lenha. Nós, mulheres, ajudamos por um tempo nessa tarefa, mas se trata de uma atividade muito pesada.

Então, passamos a trabalhar no refeitório, cozinhando para aqueles que precisavam comer. Logo, percebemos que o plantio também poderia ajudar e, mais, trazer renda.

E por que produtos orgânicos?

Foi uma escolha nossa e deu certo. Assim, não tem custos com produtos e isso permite que cada uma de nós consiga trabalhar separadamente em suas terras. Então, em dias de feira, nós juntamos a produção e dividimos os lucros para todas.

O que você destacaria como principal fruto dessa iniciativa?

Nossa história ganhou reconhecimento e aparecemos, inclusive, no programa Caldeirão do Hulck. Ganhamos um ônibus para vender os produtos, que facilitou bastante o nosso trabalho e fez com que ele crescesse. Isso deu abertura para a criação de uma empresa formal para que pudéssemos vender e fazer parcerias com grandes empresas. Hoje, temos a Marias da Terra.

E quais são os futuros planos para as Marias da Terra?

Atualmente, nós focamos nossas vendas em feiras de Mogi Mirim, mas estamos expandindo isso. Vamos começar a vender em cidades próximas. Será uma mudança grande para nós.

O que você diria às pessoas que se interessam pelo mercado de alimentos orgânicos?

É uma área promissora, mas que exige dedicação. O importante é ter muita força de vontade.

 

Maria Ileide

Direto: 19 9 8949-9073

Redes sociais: Facebook (MariasDaTerra)

Redação: Débora Lopes

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adriana roma